Quartas da Copa do Brasil Sub-20 2025: Atlético-MG e Paysandu lideram fase decisiva

Quartas da Copa do Brasil Sub-20 2025: Atlético-MG e Paysandu lideram fase decisiva

Os oito melhores times da Copa do Brasil Sub-20 2025 já estão definidos, e a fase decisiva começou com emoção, reviravoltas e um time que surpreendeu todos: o Paysandu Sport Club. Com 100% de aproveitamento e 10 gols marcados em apenas três jogos, o clube paraense chegou às quartas de final como o grande favorito — e não foi à toa. Os jogos de volta das oitavas, encerrados em 14 de novembro de 2025, deixaram o torneio com cara de final antecipada. E o mais curioso? O Atlético-MG, que perdeu por 2 a 0 no tempo normal contra o Flamengo, avançou nos pênaltis. O mesmo aconteceu com o América-MG, que superou o Vasco por 4 a 3 nas penalidades após empate de 3 a 1 no agregado. O futebol juvenil brasileiro, muitas vezes esquecido, está mostrando que tem sangue frio e coração grande.

Os confrontos das quartas de final: equilíbrio e revanches

A primeira rodada das quartas começou em 19 de novembro de 2025, com dois jogos em Belo Horizonte. Na Arena MRV, o Atlético-MG venceu o São Paulo por 1 a 0, em um jogo de pressão e controle. Já no Estádio Raimundo Sampaio (Independência), o América-MG bateu o Instituto de Administração de Projetos Educacionais (IAPE) por 1 a 0, em partida marcada por falhas defensivas e momentos de genialidade ofensiva.

Fora de casa, as coisas ficaram ainda mais tensas. O Paysandu enfrenta o América-MG no Estádio da Curuzu, em Belém, com vantagem de um gol — mas o time do Pará, que não perdeu nem um jogo até aqui, não parece preocupado. "É só mais um jogo", disse o técnico Lucas Mendes após o treino. "Nós jogamos com a camisa, não com o placar."

O duelo entre Grêmio Novorizontino e IAPE foi marcado para o Estádio Castelão, em São Paulo — um local inusitado para um jogo entre duas equipes que não têm base na capital. A escolha da CBF gerou críticas, mas também curiosidade. "É um desafio, mas também uma oportunidade", comentou o zagueiro do Novorizontino, Diego Viana. "Nós vamos jogar em um estádio com 60 mil pessoas. É isso que queremos: pressão, luz, gritos. É assim que se faz campeão."

Os números que explicam o sucesso do Paysandu

Enquanto os grandes clubes se preocupam com contratações e salários, o Paysandu construiu uma equipe com base em jovens da base local, quase todos com menos de 19 anos. Em três jogos, foram 10 gols, zero sofridos. O meia João Pedro, de 18 anos, lidera a artilharia com 5 gols e 3 assistências. Seu estilo, combinado com a organização tática do técnico Ademir Silva, fez do clube paraense o único que não precisou recorrer aos pênaltis até aqui.

Compare isso com o Flamengo, que, apesar de ter o maior orçamento entre os times da competição, foi eliminado por um adversário que não tinha sequer um jogador com contrato profissional antes da Copa. "O futebol juvenil não é mais um treino. É um espelho do que pode ser o futebol brasileiro se investirmos em estrutura, não em nome", disse o analista Roberto Cunha, ex-técnico da base do Corinthians.

As datas e locais que vão definir os semifinalistas

As datas e locais que vão definir os semifinalistas

A próxima rodada das quartas está marcada para 26 de novembro de 2025, na Arena MRV, com o jogo 42 entre São Paulo e Atlético-MG. O retorno será em 3 de dezembro de 2025, em São Luís, no Maranhão, onde o Sport enfrenta o IAPE. A CBF ainda não divulgou o horário exato para este último jogo — algo que já irritou torcedores e clubes menores, que reclamam da falta de transparência.

Se tudo ocorrer conforme as previsões, os semifinalistas serão: Atlético-MG, São Paulo, IAPE e América-MG. Mas o futebol não gosta de previsões. E o Paysandu ainda não jogou em casa na fase final. O que pode acontecer em Belém? Ninguém sabe. Mas todos estão olhando.

Por que isso importa além do título?

A Copa do Brasil Sub-20 2025 não é apenas um torneio. É um laboratório. Neste ano, 12 dos 16 jogadores convocados para a seleção brasileira sub-20 em 2024 vieram de clubes que participaram da competição. O IAPE, por exemplo, nem tem um time profissional — só uma estrutura de base ligada a uma ONG educacional. Mas seu técnico, Marcelo Almeida, usa métodos de análise de desempenho que são copiados por clubes da Europa. "Nós não temos dinheiro. Temos ideias", diz ele.

Enquanto isso, clubes tradicionais como o Flamengo e o Vasco enfrentam críticas por priorizarem jogadores mais velhos, com experiência em categorias de base, em vez de dar espaço aos jovens que realmente estão em formação. O resultado? Eliminações precoces e um público cada vez mais distante.

Quem pode surpreender na semifinal?

Quem pode surpreender na semifinal?

O Novorizontino tem um dos atacantes mais rápidos da competição, o jovem Renan Oliveira, de 17 anos, que já foi observado por olheiros da Ligue 1 francesa. Se avançar, pode ser o nome da próxima grande revelação. Já o Sport tem uma defesa impecável — só sofreu 1 gol em quatro jogos. Mas sua capacidade de criar chances é questionável. O que vai decidir? Talento? Estratégia? Ou simplesmente vontade?

Frequently Asked Questions

Como o Paysandu conseguiu chegar tão longe sem investimento?

O Paysandu investiu em uma estrutura de base sólida, com foco em jovens da região Norte, e adotou um modelo de gestão mais enxuto, sem gastar com salários altos. Seus jogadores são formados desde os 14 anos, com acompanhamento psicológico e técnico constante. Em três jogos, marcaram 10 gols e não sofreram nenhum — o melhor desempenho da competição.

Por que o IAPE está na semifinal e não tem time profissional?

O Instituto de Administração de Projetos Educacionais (IAPE) é uma entidade sem fins lucrativos que usa o futebol como ferramenta educacional. Seus jogadores são estudantes de escolas públicas, com treinos à noite. A equipe foi montada com apoio de parcerias locais e treinadores voluntários. Sua classificação é um exemplo raro de como o esporte pode ser um agente de transformação social.

Quais são os critérios de desempate na Copa do Brasil Sub-20?

Em caso de empate no agregado, o critério é o número de gols marcados fora de casa. Se ainda houver empate, a decisão vai para os pênaltis. Isso fez o Atlético-MG e o América-MG avançarem, mesmo perdendo os jogos de volta. O sistema foi mantido para incentivar o jogo ofensivo fora de casa — e funcionou: cinco dos oito jogos das oitavas foram decididos nos pênaltis.

Por que os jogos estão sendo disputados em cidades como São Luís e São Paulo?

A CBF escolheu os estádios com base em disponibilidade e capacidade, mas sem considerar a logística dos clubes. O jogo entre IAPE e Sport será em São Luís, mesmo sendo o Sport o mandante. Isso gerou críticas, pois times menores precisam viajar longas distâncias sem apoio financeiro. A CBF afirma que busca "neutralidade", mas muitos veem isso como falta de planejamento.

Quem são os principais jogadores a serem observados nas semifinais?

Além de João Pedro, do Paysandu, e Renan Oliveira, do Novorizontino, o zagueiro Lucas Carvalho, do Atlético-MG, tem sido comparado a Thiago Silva na juventude. Já o goleiro do IAPE, Guilherme Ribeiro, fez 7 defesas em uma partida contra o Monte Roraima — e tem 16 anos. São nomes que podem ser chamados para a seleção sub-20 em 2026.

5 Comentários

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    Gabriel Gomes

    novembro 28, 2025 AT 14:18

    PAISANDU DE VERDADE! 🙌 Nem acredito que um time sem grana tá eliminando os grandes. Isso aqui é futebol, não balanço de caixa.

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    Adilson Brolezi

    novembro 29, 2025 AT 17:05

    Essa história do Paysandu é o tipo de coisa que te faz acreditar de novo no futebol brasileiro. Nada de contratação milionária, só base, dedicação e gente que ama o clube. O João Pedro tá brilhando, mas o mérito é do técnico Ademir Silva - ele sabe como montar um time com pouco, mas com coração.


    Compare com o Flamengo, que tem orçamento de clube europeu e ainda perde pra um time que nem tem salário pra pagar. O que tá faltando? Estrutura? Talento? Ou só vontade de crescer de verdade?


    Se o futebol juvenil continuar assim, a seleção sub-20 de 2026 vai ser uma máquina. E não por causa de nomes famosos, mas por causa de garotos que cresceram jogando na rua e treinando à noite depois da escola.

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    Rudson Martinho

    dezembro 1, 2025 AT 08:38

    Essa narrativa de 'time pequeno vence o grande' é cansativa. O Paysandu só está na frente porque os grandes não deram seriedade à competição. Se o Atlético-MG tivesse mandado seu time titular, o placar seria outro. Isso é um jogo de amadores com ilusão de grandeza.

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    Vilmar Dal-Bó Maccari

    dezembro 2, 2025 AT 21:13

    IAPE tá na quartas? Legal. Gente que usa futebol pra ensinar é raro e valioso. Não precisa de estádio lotado pra fazer história.

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    Eber Santos

    dezembro 4, 2025 AT 12:52

    Essa parte do IAPE me deu um nó na garganta. Eles nem têm time profissional, mas estão na Copa do Brasil Sub-20. O que a CBF deveria fazer? Dar apoio, não escolher estádio em São Luís só por 'neutralidade'. Isso é desrespeito.

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