
Musk acusa Trump sem provas e balança cenário político
A cena política americana foi sacudida quando Elon Musk afirmou publicamente, sem apresentar provas, que Donald Trump está citado nos arquivos secretos ligados a Jeffrey Epstein. O post de Musk na rede X, feito em 5 de junho de 2025, jogou lenha na fogueira de uma rivalidade que só fazia crescer há semanas.
Segundo Musk, há nomes poderosos escondidos nas partes não publicadas dos documentos do Departamento de Justiça sobre Epstein — e entre eles estaria Trump. O empresário afirmou que esse seria o "verdadeiro motivo" para o sigilo mantido sobre trechos importantes dos arquivos. Musk ainda pediu abertamente a impeachment do ex-presidente, uma posição que líderes democratas, em geral, evitam tomar tão explicitamente.
O impacto foi imediato. Enquanto alguns aliados de Musk cobravam transparência dos órgãos federais, outros enxergaram oportunismo político. O passado de Epstein, um milionário condenado por tráfico sexual e encontrado morto em prisão em 2019, adiciona uma camada sombria ao debate, já que seus contatos com políticos e celebridades são objeto de especulação desde então.
Parlamentares pressionam Justiça e FBI; Trump responde
Na esteira das declarações de Musk, os deputados democratas Stephen Lynch, de Massachusetts, e Robert Garcia, da Califórnia, enviaram pedidos formais de esclarecimento ao Departamento de Justiça e ao FBI. Entre as perguntas estava se Trump participou de alguma revisão dos documentos, por que existem tantas tarjas pretas nos arquivos já divulgados e qual será o critério para liberar informações ao público.
Os parlamentares justificaram o pedido lembrando as conexões públicas que Trump já teve com Epstein, incluindo registros de encontros sociais em anos anteriores à prisão do empresário. Eles também reclamaram da falta de resposta consistente das autoridades sobre o ritmo da desclassificação dos documentos.
Enquanto isso, Trump falou da Casa Branca, dando poucas palavras ao assunto de Epstein e focando na briga com Musk. Em discurso e em posts nas redes, chamou o ex-chefe do Departamento de Eficiência Governamental (apelidado DOGE) de “maluco” e classificou as críticas de Musk à proposta conhecida como “megabill” — um pacote de leis vultuoso — como sem fundamento. Musk respondeu ironizando a capacidade do governo de aprovar o projeto e provocando a antiga equipe do presidente.
Curiosamente, apesar da gravidade da acusação, nem Trump, nem ninguém de sua equipe abordou diretamente a menção ao nome do presidente nos arquivos de Epstein. O silêncio alimentou rumores e deu munição para discussões tanto entre apoiadores quanto críticos dos dois bilionários.
A disputa pública evidencia fissuras nas alianças políticas do presidente, especialmente depois da saída turbulenta de Musk de um dos postos estratégicos do governo. O caso, que mistura celebridades, escândalos sexuais e interesses partidários, promete render debates ainda mais acalorados em Washington enquanto os americanos aguardam novos detalhes sobre os arquivos de Epstein e suas possíveis repercussões para o círculo de poder nos Estados Unidos.