MJSP alerta risco de mortes por bebidas adulteradas com metanol em SP

MJSP alerta risco de mortes por bebidas adulteradas com metanol em SP

Quando Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), por meio da Secretaria Nacional do Consumidor e do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual, lançou, neste sábado, 27 de setembro de 2025, uma recomendação urgente para bares, restaurantes, hotéis, mercados e plataformas de entrega em São Paulo e regiões próximas. O alerta surge após a confirmação de duas mortes e de nove casos de intoxicação por metanol em apenas 25 dias, além de outras dez suspeitas ainda sob investigação. A medida visa proteger consumidores e desencorajar falsificadores que adulteram bebidas alcoólicas com a substância extremamente tóxica.

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo informou que as duas vítimas fatalmente afetadas apresentaram sintomas típicos de envenenamento, como visão turva e confusão mental, entre 12 e 24 horas após o consumo. “Estamos intensificando as investigações e mobilizando a Polícia Civil para identificar a origem dos lotes adulterados”, declarou a secretária, Maria Lúcia Mendes, em coletiva na capital.

Preocupada, a Associação Brasileira de Neuro‑oftalmologia (ABNO), representada pelo presidente Dr. Carlos Henrique, alertou que o metanol pode causar neuropatia óptica, levando à cegueira irreversível. “Os pacientes podem perder a visão de forma permanente se o tratamento não for imediato”, enfatizou o especialista, que recomenda exames de sangue e tomografia em casos suspeitos.

Contexto e histórico de adulteração de bebidas alcoólicas

Casos de adulteração não são inéditos no Brasil. Em 2022, um surto em Minas Gerais resultou em 14 hospitalizações por metanol, mas a resposta regulatória então foi pontual. O atual alerta do MJSP, porém, chega num momento de crescimento das vendas online de álcool, o que facilita a entrada de lotes falsificados em canais de e‑commerce e aplicativos de entrega. A experiência anterior mostrou que a falta de rastreabilidade aumenta exponencialmente o risco para o consumidor final.

Detalhes dos casos registrados em 2025

Entre 2 de setembro e 26 de setembro de 2025, o Serviço de Alerta Rápido (SAR) recebeu notificação de nove casos confirmados de intoxicação por metanol, todos vinculados a bebidas vendidas em estabelecimentos da capital. Além das duas mortes, a Secretaria de Saúde está acompanhando dez pacientes com sintomas graves, que ainda aguardam diagnóstico definitivo. A maioria das vítimas relatou consumo em bares de bairro ou em festas privadas, onde o fornecedor informal costuma ser a única opção.

Recomendações oficiais para estabelecimentos

O MJSP orienta que todos os pontos de venda adotem as seguintes práticas:

  • Comprar bebidas exclusivamente de fornecedores registrados com CNPJ ativo e regularidade fiscal;
  • Exigir nota fiscal eletrônica e conferir a chave de segurança fornecida pela Receita Federal;
  • Recusar entregas cujas garrafas apresentem lacre violado, rótulo desalinhado, ou ausência de identificação do fabricante e lote;
  • Implementar duplo procedimento de rastreabilidade, cruzando informações de fornecedor e lote antes da aceitação;
  • Treinar equipe para reconhecer sinais de adulteração, como odor forte, cor incomum e textura espumosa.

Reações da sociedade e dos especialistas

Consumidores têm demonstrado preocupação nas redes sociais, compartilhando fotos de rótulos suspeitos. Organizações de defesa do consumidor, como o Procon‑SP, já anunciaram linhas diretas para denúncia. Enquanto isso, neurologistas reforçam a necessidade de tratamento imediato com etanol intravenoso e, nos casos mais graves, hemodiálise, que pode ser vital para remover o metanol do organismo.

Impacto econômico para o setor de bebidas

Impacto econômico para o setor de bebidas

Os estabelecimentos temido pela perda de confiança do público podem registrar queda de até 30% nas vendas nas próximas semanas, segundo levantamento preliminar da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Além disso, custos adicionais com auditorias de fornecedores e treinamentos de staff podem representar um aumento médio de 12% nas despesas operacionais.

Impactos esperados e próximos passos

Espera‑se que a pressão regulatória reduza em até 60% a circulação de bebidas adulteradas nos próximos três meses, segundo projeções da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A investigação da Polícia Civil ainda está em fase de identificação de possíveis redes criminosas, com prisões previstas para o próximo trimestre. Enquanto isso, o MJSP mantém a recomendação de alerta permanente nos estabelecimentos e reforça campanhas educativas nos meios de comunicação.

Comparação com surtos anteriores e lições aprendidas

O episódio de 2022 em Minas Gerais mostrou que a falta de um canal de denúncia rápido dificultou a contenção precoce. Diferente daquele cenário, o SAR já detectou o padrão em poucos dias, permitindo que o MJSP emitisse a recomendação em tempo recorde. Especialistas apontam que a integração entre saúde, segurança pública e consumo consciente pode ser a chave para evitar novas tragédias.

Perguntas Frequentes

Quais são os sinais de alerta de bebidas adulteradas com metanol?

Odor forte e químico, cor muito clara ou turva, lacre violado, rótulo desalinhado ou sem número de lote, além de sintomas como dor de cabeça, náuseas e visão turva após o consumo.

Quantas mortes foram confirmadas até agora?

Dois pacientes foram declarados vítimas fatais de intoxicação por metanol, conforme divulgado pela Secretaria de Saúde de São Paulo em 27 de setembro de 2025.

Como os estabelecimentos podem se proteger contra a adulteração?

Seguindo as recomendações do MJSP: comprar apenas de fornecedores com CNPJ regular, exigir nota fiscal eletrônica, conferir a chave de segurança da Receita e rejeitar embalagens com lacre ou rótulo suspeitos.

Qual o papel da Associação Brasileira de Neuro‑oftalmologia neste caso?

A ABNO alerta sobre os riscos de neuropatia óptica e cegueira permanente, orienta médicos sobre diagnóstico precoce e recomenda tratamento imediato com etanol e suporte de hemodiálise.

O que a Polícia Civil está investigando?

A Polícia Civil colhe depoimentos, rastreia lotes suspeitos e trabalha para identificar redes que utilizam metanol como adulterante, com prisões previstas para o próximo trimestre.

19 Comentários

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    manu Oliveira

    setembro 30, 2025 AT 04:39
    isso é assustador mesmo, tipo, ninguém mais confia em nada que vem em garrafa
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    Tamires Druzian

    setembro 30, 2025 AT 14:22
    O metanol é um veneno que atua como um inibidor competitivo da álcool desidrogenase, causando acúmulo de ácido fórmico e acidose metabólica. A neurotoxicidade ocular é decorrente da morte de células ganglionares da retina. A única intervenção eficaz é a administração de etanol IV ou fomepizol, seguida de hemodiálise. Sem tratamento precoce, a cegueira é quase certa.
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    Leandro Sabino

    outubro 1, 2025 AT 18:13
    cara, eu trabalho em um bar na zona leste e desde que vi esse alerta, mandei todo mundo trocar os fornecedores. agora só pego com quem tem nota fiscal e lacre original. se o cara não mostra o CNPJ, eu não compro. melhor perder venda do que perder cliente pra sempre
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    Marcus Adogriba

    outubro 1, 2025 AT 21:47
    mais um caso de negligência do estado. enquanto os políticos gastam com festas e viagens, o povo bebe veneno. isso não é acidente, é crime organizado com conivência
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    Mariana Guimarães Jacinto

    outubro 2, 2025 AT 01:13
    É necessário que a fiscalização seja mais rigorosa e que os estabelecimentos sejam obrigados a manter registros digitais em tempo real de todos os lotes adquiridos, com validação automática junto à Receita Federal. A ausência de um sistema integrado de rastreabilidade é um colapso institucional.
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    Ramon Bispo

    outubro 3, 2025 AT 00:05
    haha, e o pessoal ainda compra no mercado da esquina por 20 reais a garrafa de cachaça... eu já falei pro meu irmão: se parece bom demais pra ser verdade, é veneno. 😅
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    Bruna Neres

    outubro 3, 2025 AT 16:25
    a gente vive num país onde o pior dos venenos não é o metanol, é a indiferença. enquanto ninguém se importar com o que entra na garrafa, enquanto o consumidor achar que 'é só um copo', vamos continuar enterrando gente por causa de preguiça e ganância.
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    Eduardo Castaldelli

    outubro 4, 2025 AT 01:18
    aqui na minha cidade, todo mundo já tá trocando de marca. o pessoal tá pedindo só os que têm o selo da Anvisa na tampa. eu mesmo comprei um kit de leitura de código de barras pra conferir no celular. se não tiver, não entra.
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    Bruno Philippe

    outubro 5, 2025 AT 21:06
    eu tenho um tio que é médico neurologista e ele me contou que em 2022, em Minas, teve um caso de uma menina de 19 anos que perdeu a visão por causa de um vinho que comprou em um posto. ela tá cega até hoje. não é só uma morte, é uma vida inteira destruída. e o pior? ela não sabia nem que metanol existia. a gente precisa de campanhas reais, não só alertas no site do governo.
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    Rodrigo Cazaroti

    outubro 6, 2025 AT 17:10
    os pobres são sempre os que pagam o preço mais alto 🤡
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    Jackelyne Alves Noleto

    outubro 8, 2025 AT 00:21
    e se a gente fizesse um app que escaneasse a garrafa e verificasse se o lote ta na lista de segurança da anvisa? tipo um whatsap de confiança pra bebida? eu faria isso se tivesse tempo
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    aline Barros Coelho

    outubro 8, 2025 AT 18:54
    a ABNO tem razão em exigir tomografia e exames de sangue imediatos. o metanol tem meia-vida de 20h, mas o ácido fórmico persiste por dias. o tratamento só é eficaz se iniciado nas primeiras 8h. cada minuto conta. por isso o alerta do MJSP é tão crucial
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    Karine Soares

    outubro 9, 2025 AT 05:11
    tipo, se o seu bar vende cachaça por 15 reais, você acha mesmo que é legal? isso não é barato, é uma armadilha. e o pior, o povo ainda acha que é 'diferente' porque é 'caseiro'. é só veneno com cheiro de nostalgia
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    Alexandre Fernandes

    outubro 9, 2025 AT 23:25
    a gente vive num sistema que valoriza o preço acima da vida. se a gente parasse de comprar o mais barato e começasse a exigir transparência, talvez esses crimes não acontecessem. não é só culpa dos falsificadores, é culpa da nossa aceitação silenciosa.
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    Aldo Henrique Dias Mendes

    outubro 10, 2025 AT 09:27
    eu trabalho com logística de bebidas e posso dizer que a maioria dos lotes adulterados entra por pequenos distribuidores que não têm infraestrutura pra rastrear. o problema não é só o fornecedor ruim, é a cadeia toda que tá quebrada. precisa de uma lei que obrigue o uso de blockchain para rastreamento de lote, desde o produtor até o balcão. é possível, já existe tecnologia. só falta vontade política.
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    Juliana Juliana Ota

    outubro 11, 2025 AT 05:59
    eu comprei uma cerveja no mercado e vi que o lote era estranho... fui no site da Anvisa e não tinha. mandei foto pro procon e já respondem em 2h. isso é poder do povo 💪
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    geovana angie aguirre prado

    outubro 12, 2025 AT 09:13
    eles estão escondendo os dados reais. só divulgaram 2 mortes, mas acho que tem muito mais. os hospitais estão com medo de serem punidos por não terem registrado direito. isso é um silêncio institucional. não acredito em números oficiais mais
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    Soraia Oliveira

    outubro 13, 2025 AT 22:58
    mais um monte de papel que ninguém lê. o povo continua comprando no brechó da esquina. isso aqui é só teatro. o governo quer parecer que tá fazendo algo, mas na verdade tá só se protegendo da imprensa
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    Júnior Soares

    outubro 15, 2025 AT 19:40
    quem compra bebida sem nota fiscal é cúmplice do crime. não adianta culpar o governo se você tá alimentando o mercado negro. pare de ser burro e pare de matar pessoas por economizar 5 reais. isso não é escolha, é irresponsabilidade criminosa.

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