
Flamengo tira proveito de mudanças e vence Bahia no Maracanã
Quem olhou a escalação do Flamengo para o confronto com o Bahia já sentiu que o técnico Filipe Luís estava pensando fora da caixa. O setor defensivo rubro-negro teve Iago Borduchi, uma surpresa, ao lado de Gabriel Xavier e Santiago Ramos Mingo. Luciano Juba, muitas vezes apontado como lateral ou ponta, foi deslocado para ajudar na marcação pela esquerda, aproveitando sua versatilidade. Essas mudanças, necessárias diante de ausências sentidas, mostraram que o comandante não tem medo de mexer — adaptação virou palavra de ordem neste Brasileirão.
No meio-campo, Flamengo escalou Alan e Allan, mas teve de mexer cedo: Allan sentiu logo aos 15 minutos e deu lugar a Luiz Araújo. O Bahia, do outro lado, entrou com um trio de volantes que prometia intensidade: Jean Lucas, Nicolas Acevedo e Rezende tinham a missão de proteger a zaga e soltar Kayky e Leonardo Rodriguez pela frente. Só que o controle da partida, como os números mostram, ficou nas mãos do Flamengo a maior parte do tempo.

Destaques individuais, ausências sentidas e decisões táticas
Giorgian De Arrascaeta foi punido com cartão amarelo logo aos 8 minutos — a típica jogada ríspida de quem não gosta de perder dividida. Mesmo assim, pouco depois, já se destacava organizando o ataque e costurando as jogadas que mais assustaram os baianos. Ao seu lado, Everton Ribeiro, que entrou no intervalo no lugar de Jean Lucas, conseguiu desacelerar o jogo e cadenciar o meio. Os dois, velhos conhecidos da torcida, foram os motores do lance do gol da vitória, mostrando entrosamento e experiência nos momentos decisivos.
A movimentação tática escolhida pelas duas equipes seguiu o padrão do futebol moderno. Flamengo se postou num 4-3-3 com transições rápidas, principalmente caindo pela esquerda. Bahia respondeu no mesmo esquema, mas com dificuldade para encaixar a marcação e criar chances claras. Quando precisava reagir, Rogério Ceni — velho conhecido do clube carioca — lançou mão de substituições ofensivas, tentando ganhar fôlego para buscar o empate. Não deu certo. O goleiro rubro-negro quase não trabalhou e o placar permaneceu magro, porém valioso.
O jogo também teve suas polêmicas, como as supostas ausências de Plata e De la Cruz, que não encontram confirmação nas escalações oficiais — talvez fruto de confusão nos apelidos ou da típica dança de nomes nos bastidores do futebol. Também se falou do possível retorno de Cebolinha, mas nada nas folhas oficiais indicava sua presença concreta. Isso mostra como rumores e informações desencontradas do futebol brasileiro ainda confundem até os olhares mais atentos.
No fim das contas, a vitória veio com suor, ajuste e controle de quem sabe a importância desses três pontos na briga da parte de cima da tabela. Flamengo, mesmo com seus testes táticos e peças improvisadas, soube aproveitar o momento e crescer quando mais precisava. O resultado ficou nos pés e na cabeça dos protagonistas, mas começou mesmo nas decisões ousadas do banco e nos ajustes forçados pela necessidade.