Dois vão a júri popular por morte de policial federal durante ataque em Salvador

Dois vão a júri popular por morte de policial federal durante ataque em Salvador

Júri popular para acusados de matar policial federal na Bahia

A decisão da Justiça Federal da Bahia de levar dois suspeitos a júri popular marca uma das etapas mais tensas do combate ao crime organizado no estado. Os dois homens são acusados pela morte do policial federal Lucas Caribé de Monteiro de Almeida, ocorrida em setembro de 2023 durante um tiroteio pesado na comunidade de Valéria, em Salvador. Eles respondem por homicídio qualificado e tentativa de homicídio contra outros 19 agentes das forças de segurança. Estão também sob acusação de posse ilegal de armas de uso restrito.

O crime aconteceu no contexto da operação Fauda, uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, criada para sufocar facções envolvidas em tráfico de drogas, armas e execuções sumárias. Naquele dia fatídico, os policiais foram recebidos a tiros por um grupo de criminosos com armamento de alto calibre, evidenciando o grau de aparelhamento desses grupos. O confronto deixou, ainda, dois agentes feridos e quatro suspeitos mortos.

Conexões, provas e o comando do crime

Conexões, provas e o comando do crime

Um dado que chama atenção nos autos é a articulação criminosa feita de dentro do sistema prisional. As investigações apontam que a ação foi coordenada via videochamadas por líderes que, mesmo presos, mantêm influência nas ruas. Em depoimento, um dos acusados confessou o envolvimento e detalhou como o grupo usava fuzis, pistolas e se armava com dezenas de integrantes prontos para barrar a presença policial em “território tomado”.

O processo está recheado de provas técnicas e testemunhais: laudos balísticos confirmam o uso de armas restritas, perícias necroscópicas esclarecem a dinâmica das mortes, além de vídeos e depoimentos detalhando as ações e rotas de fuga dos suspeitos. O Ministério Público Federal destacou fatores que tornam o crime mais grave, como o fato da vítima estar em serviço, o uso de armas de guerra e o motivo considerado “torpe” pela justiça, já que o ataque fazia parte de uma disputa territorial entre facções.

  • Os réus seguem presos, aguardando a definição das datas do julgamento;
  • O caso expôs o avanço das facções armadas em bairros periféricos de Salvador;
  • A PM e a Polícia Federal reforçaram operações após o episódio, com mais incursões para tentar reduzir o poder de fogo desses grupos.

Entre as vítimas do ataque, Lucas Caribé foi lembrado como agente experiente e engajado no combate ao crime e à violência, sendo sua morte considerada uma perda dolorosa tanto para a família quanto para os colegas de corporação.

11 Comentários

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    Mariane Cawile

    abril 27, 2025 AT 17:31
    É triste ver um policial tão dedicado sendo ceifado assim... mas também é inspirador ver a justiça não deixar passar. A gente precisa de mais gente como o Lucas, que entra no fogo pra proteger os outros. Não é só trabalho, é missão.
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    Marcos Tadeu Novais Hortêncio

    abril 29, 2025 AT 10:40
    Mais um júri popular onde o réu vai sair com tatuagem de herói e a família do policial com trauma de vida. A justiça brasileira é um circo com sentença de prisão e ingresso grátis pra bandido.
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    Micha Dalcol

    abril 30, 2025 AT 12:09
    Essa operação Fauda tá sendo crucial. Muita gente acha que polícia é o problema, mas quando o cara tá lá na linha de frente e recebe fogo de fuzil? É ele que tá segurando o caos. Respeito.
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    Cíntia SP

    maio 1, 2025 AT 16:23
    E se isso tudo for um esquema pra justificar mais militarização? A polícia já tem armas de guerra, agora ainda querem mais controle. E os vídeos? Será que foram editados? Tudo parece muito limpo demais pra ser verdade.
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    Andréia Leite

    maio 2, 2025 AT 21:38
    A criminalidade organizada no Brasil opera sob um paradigma de poder descentralizado, onde a estrutura prisional se converte em nodo de comando transnacional. A ausência de políticas públicas integradas e a fragmentação institucional permitem a reprodução simbólica da violência como forma de hegemonia territorial.
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    Felipe Carvalho

    maio 4, 2025 AT 13:23
    O Lucas era o tipo de policial que a gente sonha que exista... mas que infelizmente é raro. E esses caras que mandam de dentro da cadeia? São os verdadeiros chefões. O sistema tá falido, mas pelo menos o povo tá acordando. 🙏🔥
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    Cinthia Ferreira

    maio 5, 2025 AT 08:17
    É lamentável que a sociedade brasileira ainda se surpreenda com a violência. Nós temos uma cultura de impunidade enraizada desde a colonização. Enquanto não houver reforma estrutural da justiça e da educação, todo júri popular será apenas um espetáculo retórico disfarçado de democracia.
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    Dayse Costa

    maio 6, 2025 AT 16:13
    e se o policial tivesse sido o bandido? e se os videos tiverem sido manipulados? e se o cara q tava na cadeia nao tiver mandado nada? tudo isso é propaganda msm... #fakenews 🤫💣
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    Guilherme Pupe da Rocha

    maio 7, 2025 AT 07:22
    Outro policial morto. E aí? O que muda? A imprensa chora, o governo promete, e no mês que vem tem outro tiroteio. A gente tá cansado de discurso. Quem tá pagando o preço? Os inocentes.
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    juliano faria

    maio 9, 2025 AT 05:08
    vcs achem q é só bandido vs polícia mas é muito mais q isso... é pobreza, é falta de escola, é falta de oportunidade... se a gente n investir na raiz, tudo isso vai continuar. 🤝❤️
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    Elton Avundano

    maio 11, 2025 AT 00:33
    O que a gente precisa é de uma abordagem de segurança pública baseada em inteligência territorial e reconstrução social, não em repressão. O sistema prisional é um incubador de violência, e os líderes que comandam de dentro das celas são sintomas de um colapso institucional. A solução não é mais tiros, é mais educação, mais cultura, mais presença do Estado. Isso aqui não é guerra, é falência do pacto social.

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